Um estudo realizado pela fisioterapeuta Aline Rosa Coutinho Vicente, e supervisionado pela Fisioterapeuta e Professora de Osteopatia do IDOT (Institudo Docusse de Osteopatia e Terapia Manual) Anna Claudia Lança, revelou a eficácia do tratamento osteopático em produzir efeitos positivos na melhora dos níveis de dor, qualidade de vida, amplitude de movimento cervical, diminuição da incapacidade relacionada ao pescoço e alinhamento postural. O estudo foi realizado com uma paciente de 72 anos com dor cervical e histórico de cirurgias abdominais.
A dor cervical é uma condição musculoesquelética frequente e multifatorial, com prevalência em 37,2% da população geral. Caracteriza-se por dor nas estruturas entre a linha nucal superior e o primeiro processo espinhoso torácico (T1). Já a ptose visceral é um descenso de um ou mais órgãos, devido a um desequilíbrio no gradiente de pressão das cavidades torácica e abdominal, que podem incidir até mesmo na pressão intracraniana. Há repercussões sistêmicas, biomecânicas e posturais oriundas da ptose capazes de afetar a região cervical.
Para o tratamento da paciente relatada no artigo, foram utilizadas técnicas neurais, musculares e de mobilização para cervical alta e baixa, além de manipulações viscerais. Os efeitos positivos destas manobras se devem a uma recuperação da função do sistema nervoso simpático, melhora na vascularização e drenagem do crânio, redução na atividade do músculo trapézio e melhora na complacência do nervo frênico e de sua relação com os nevos vago e acessório.
O estudo apresenta poucas limitações, como a não padronização de todas as fotos, o que não diminui sua confiabilidade. A precisão na correlação dos achados clínicos com a anatomia e fisiologia é uma das marcas mais fortes da Osteopatia, o que traz assertividade na construção do diagnóstico e eficácia no tratamento.
(Este é um resumo do artigo publicado na revista O Osteopata, 19 Edição – Fevereiro de 2020)